Aqui já usei quase todo o meu repertório masoquista e desfiz boa parte das minhas ideias comunistas. Esse espaço é meu, mas desejei compartilhá-lo com o mundo, se você faz parte dele...Então seja muito bem vindo(a)!

sábado, 29 de maio de 2010

Absurdo

Com olhos mortais vejo o absurdo,

sinto,

sou.

E com estes olhos facilmente choro, com qualquer coisa que consiga me fazer transcender o óbvio, sim eu choro.

E vejo além, e vou deixando descer uma lágrima assim devagarzinho com medo de estragar a beleza que se mostra através dessas janelas tão imperfeitas.

Estes olhos que me fazem enxergar a beleza e o absurdo, sim estes olhos são meus, são do mundo, são de minha humanidade, são da vida.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Morrer

Matam-me todos os dias com palavras estúpidas, olhares indiferentes, gestos desumanos.

Morro sempre, a cada confronto com as minhas feridas.

Mato-me na tristeza por querer ser o que não posso.

Quero o super homem Nietzscheano!

Morrer, eis uma condição da minha humanidade que abomino.

Detesto a morte diária estampada e sangrenta, a morte insensível, a insolente morte que não poupa nem as crianças.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Menschlich

Hoje eu acordei tão decrépita!
Desacreditada no poder do humano que há em mim.
Esses dias o vi tão pequeno, de uma pequenez vergonhosa.
Tanto que gastei, tanto que um dia chorei.
Hoje?
Hoje nem sei mais. Nem choro mais, nem sei querer.
Desacostumei-me com a grandeza das ideias e me limito a viajar em devaneios e a sorrir para esconder gotas de humour presas aqui dentro.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Andava pela estrada serenamente, sozinha caminhava a passos lentos e pensando no que haveria de fazer com aquela vida que teria de levar por mais um tempo.

A solidão que a carregava para o isolamento teria sido mais forte não fosse as mãos daqueles que costumava chamar de amigos. Sim, os amigos mesmo distantes se tornam ainda mais presentes nos momentos de crise.

Estava em crise, mais uma das tantas crises existenciais pelas quais passou. Esta última surgiu sobretudo de sua incansável reflexão a respeito do seu próprio mundo e de todas as coisas que o cercavam. Ela não acreditava mais estar em crise, acreditava ser a própria crise. Mas sorria, não se incomodava mais, não sentia mais, nada...nem dor nem prazer, nem alegria nem tristeza, nada, ela não sentia mais nada!

Sim? E o que dizê-la nesta hora tão amarga?

Não poderiam, as palavras não mais possuíam poder para. Transformação? Ela desconhecia o significado desta palavra. Realidade? Só uma, a de que ela sofria. De um sofrimento inexplicável e imensurável. Sofria por esse estranhamento, sofria por não suportar ver tantos peixes reunidos num mar raso e poluído. Sofria porque não era igual e sabia ser impossível tornar-se.

Sofria, ela sofria.